POR QUE LER CLÁSSICOS?
Só as obras bem escritas passam para a posteridade, tornando-se fonte de conhecimento – e, assim, podendo ser chamados de CLÁSSICOS.
Os grandes textos da escrita universal permitem ao leitor descobrir mais sobre a alma e o mundo.
São atemporais, nunca saem da “moda” e são esses temas universais que os tornam sempre contemporâneos.
Quem lê um clássico acaba entrando em contato com palavras novas, vindas de outros tempos e lugares. Isso enriquece – e muito, qualquer vocabulário.
Muitas vezes, a escrita usada nos clássicos é considerada difícil, seja pelo estilo único do autor ou por se tratar de uma linguagem menos usada nos dias de hoje. Mas sua riqueza vale o desafio, além desse contato com o diferente ser uma importante maneira de adquirir conhecimento.
Neste mês do LIVRO selecionamos algumas DICAS de LEITURA especialmente para você. Confira!
Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre
ResponderExcluirEm nosso espírito sofrer pedras e setas
Com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja,
Ou insurgir-nos contra um mar de provações
E em luta pôr-lhes fim? Morrer.. dormir: não mais.
Dizer que rematamos com um sono a angústia
E as mil pelejas naturais-herança do homem:
Morrer para dormir... é uma consumação
Que bem merece e desejamos com fervor.
Dormir... Talvez sonhar: eis onde surge o obstáculo:
Pois quando livres do tumulto da existência,
No repouso da morte o sonho que tenhamos
Devem fazer-nos hesitar: eis a suspeita
Que impõe tão longa vida aos nossos infortúnios.
Quem sofreria os relhos e a irrisão do mundo,
O agravo do opressor, a afronta do orgulhoso,
Toda a lancinação do mal-prezado amor,
A insolência oficial, as dilações da lei,
Os doestos que dos nulos têm de suportar
O mérito paciente, quem o sofreria,
Quando alcançasse a mais perfeita quitação
Com a ponta de um punhal? Quem levaria fardos,
Gemendo e suando sob a vida fatigante,
Se o receio de alguma coisa após a morte,
–Essa região desconhecida cujas raias
Jamais viajante algum atravessou de volta –
Não nos pusesse a voar para outros, não sabidos?
O pensamento assim nos acovarda, e assim
É que se cobre a tez normal da decisão
Com o tom pálido e enfermo da melancolia;
E desde que nos prendam tais cogitações,
Empresas de alto escopo e que bem alto planam
Desviam-se de rumo e cessam até mesmo
De se chamar ação.
William Shakespeare