segunda-feira, 10 de abril de 2017

Dica de leitura

     


POR QUE LER CLÁSSICOS?


Só as obras bem escritas passam para a posteridade, tornando-se fonte de conhecimento – e, assim, podendo ser chamados de CLÁSSICOS.

Os grandes textos da escrita universal permitem ao leitor descobrir mais sobre a alma e o mundo.

São atemporais, nunca saem da “moda” e são esses temas universais que os tornam sempre contemporâneos.

Quem lê um clássico acaba entrando em contato com palavras novas, vindas de outros tempos e lugares. Isso enriquece – e muito, qualquer vocabulário.

Muitas vezes, a escrita usada nos clássicos é considerada difícil, seja pelo estilo único do autor ou por se tratar de uma linguagem menos usada nos dias de hoje. Mas sua riqueza vale o desafio, além desse contato com o diferente ser uma importante maneira de adquirir conhecimento.

Neste mês do LIVRO selecionamos algumas DICAS de LEITURA especialmente para você. Confira!


Um comentário:

  1. Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre
    Em nosso espírito sofrer pedras e setas
    Com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja,
    Ou insurgir-nos contra um mar de provações
    E em luta pôr-lhes fim? Morrer.. dormir: não mais.
    Dizer que rematamos com um sono a angústia
    E as mil pelejas naturais-herança do homem:
    Morrer para dormir... é uma consumação
    Que bem merece e desejamos com fervor.
    Dormir... Talvez sonhar: eis onde surge o obstáculo:
    Pois quando livres do tumulto da existência,
    No repouso da morte o sonho que tenhamos
    Devem fazer-nos hesitar: eis a suspeita
    Que impõe tão longa vida aos nossos infortúnios.
    Quem sofreria os relhos e a irrisão do mundo,
    O agravo do opressor, a afronta do orgulhoso,
    Toda a lancinação do mal-prezado amor,
    A insolência oficial, as dilações da lei,
    Os doestos que dos nulos têm de suportar
    O mérito paciente, quem o sofreria,
    Quando alcançasse a mais perfeita quitação
    Com a ponta de um punhal? Quem levaria fardos,
    Gemendo e suando sob a vida fatigante,
    Se o receio de alguma coisa após a morte,
    –Essa região desconhecida cujas raias
    Jamais viajante algum atravessou de volta –
    Não nos pusesse a voar para outros, não sabidos?
    O pensamento assim nos acovarda, e assim
    É que se cobre a tez normal da decisão
    Com o tom pálido e enfermo da melancolia;
    E desde que nos prendam tais cogitações,
    Empresas de alto escopo e que bem alto planam
    Desviam-se de rumo e cessam até mesmo
    De se chamar ação.

    William Shakespeare

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